Do Rock ao sertanejo: Como a música cristã tem alavancado o mercado musical brasileiro

Marcha para Jesus 2015 - São Paulo

A música gospel vem tomando espaço a cada dia na vida dos brasileiros, juntamente com o aumento no número de fiéis. Seja através de letras que falem de crença e dilemas da vida do ser humano, ou de melodias que procurem levar os adeptos a um nível de espiritualidade mais profundo, o fato é que o segmento tem tomado proporções abrangentes e tem demonstrado que este crescimento veio para ficar.

Desde rock a funk, desde eletrônica a sertanejo, os tipos são muitos e para todos os gostos. Mesmo com a crise econômica enfrentada pelo país, segundo os dados da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), a venda de CDs e DVDs dessa vertente musical mantém crescimento em torno de 15% ao ano, equivalendo a 30% da arrecadação da indústria de mídias. Além disso, está classificada entre os 20 estilos mais vendidos no Brasil atualmente, superando muitos artistas da Música Popular Brasileira (MPB).

Também houve significativo aumento na participação em shows e eventos de música cristã. Aline Barros, Diante do Trono, Oficina G3, Leonardo Gonçalves e tantos outros cantores têm feito shows lotados. As Marchas Para Jesus e o Festival Promessas, ambos exibidos pela grande mídia, também ganharam um notório crescimento de seus públicos que, embora de diversas denominações diferentes, cantam em nome da fé em Deus e pela paz.

Dj PV

Rodolfo Abrantes

Pricilla Alcantra

“Infelizmente, hoje temos vivido tempos em que as notícias são de violência, morte ou destruição. Onde o som de um louvor chega, leva a paz de Deus, o amor Dele, a beleza do evangelho de Jesus. O povo cristão tem recebido mensagens de otimismo e esperança através das canções”, define Aline Barros, cantora evangélica há 20 anos e ganhadora de seis prêmios Grammy Latino da Música Gospel para o Jornal O Dia..

E não para por aí. Pesquisadores acreditam que além do desenvolvimento de novas plataformas digitais de áudio e vídeo, o aumento do número de convertidos também é um grande fator primordial. Segundo estatísticas, a igreja evangélica no Brasil alcançará 50% da população no ano de 2045 (CRISTIANO; MARTINEZ, 2007); o que poderá aquecer ainda mais o mercado evangélico no país nos próximos anos.

Música versus Fé

As pessoas buscam através da música o alívio para seus problemas e na fé a esperança para uma vida melhor. Através dos novos tipos de melodia, seus adeptos se identificam com os ritmos que ouviam antes de suas conversões. Segundo o estudante Guilherme Batista, 18, “A expansão em si aconteceu através dos próprios músicos convertidos que antes gostavam ou tocavam ‘músicas seculares’. Este leque de opções se adaptou aos gostos populares [...], contribuindo de forma muito positiva para o número de conversões a Jesus”. Já a estudante Karoline dos Santos, 18, afirma que sua preferência pela música gospel ocorre devido a realidade que elas apresentam. “Não há idealizações, nem fantasias na música cristã. Elas retratam algo que é real, que existe. Me conduzem a um novo modo de levar a vida, diferente das demais músicas que até expressam fatos da minha vida, mas de forma distorcida e generalizada”, afirma ela.

Através de letras que falem do amor de Cristo e de 'orações cantadas', como afirma o cantor Rodolfo Abrantes, (Ex-Raimundos), sobre a composição de suas canções, pessoas dizem encontrar a oportunidade de terem suas vidas transformadas a partir da crença. Muitos alegam terem deixado as drogas, prostituição e abandonado distúrbios emocionais através desse estilo de adoração.  A cultura que essas músicas procuram envolver, em sua maioria, ensinos cristãos a serem aplicados na vida diária como o profundo amor de Deus às pessoas e respeito ao próximo, que são a base do evangelho de Jesus Cristo, ao qual estas pessoas optaram a seguir e ouvir.

Festival Promessas