A Deus, o meu lápis...

Eu cedo o uso do meu lápis, que o soprar do vento e o passar do tempo podem apagar minhas escritas, para dar lugar a Sua caneta que vai escrever os meus caminhos e me marcar como propriedade Tua neste mundo passageiro e na eternidade que há por vir.

Ele, que por tantas vezes age como independente, erra e tenta apagar o erro, mas não enxerga que por onde passa deixa vários borrões na folha branca. Mas, apesar desta consciência que me invadiu ao ouvir Teu doce riscar, é difícil jogá-lo ao alto e dar liberdade a Ti em todas estas linhas pela frente. 

Porém, de repente, a Tua sutileza que me constrange torna tudo mais fácil, afinal nada pode nos separar. E, além disto, recordo-me de que escrevestes em algum lugar aqui dentro de mim: "Você pode tudo em mim, pois você é forte. Eu te fortaleço".

A Tua escrita é perfeita e sua caligrafia, graciosa. Pois bem, deslize sobre mim a tua tinta, grave em mim as Tuas palavras e mergulha-me nas Tuas cores de amor. 

Sendo assim, eu jamais voltarei a pegar meu lápis para tentar escrever aquilo que considero um "bom final de uma história feliz" e me permitirei viver a história que Tu, antes da fundação do mundo, sonhaste em escrever dentro de mim...

Adeus, meu lápis.

A Deus, o meu lápis!

(São Bernardo do Campo- SP)

"Pois a pessoa só é aprovada quando o senhor a aprova e não quando é aprovada por si mesma." 2 CO 10:18

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