quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

O verdadeiro "Felizes para sempre"




Anos atrás, eu descobri uma história de amor fora de série. Destas que daria um bom filme, sabe? Em que há um príncipe e uma plebeia. Aparentemente meio clichê e antiquado, eu sei. Porém, com muito mais realismo e atualidade do que qualquer outra história já contada. Só sabe quem lê. Por isso, vou te contar nos detalhes... 

"Há um príncipe, que vivia num reino distante e majestoso, onde há muita riqueza, pureza e lealdade. Enquanto uma plebeia vivia numa terra também longínqua, porém escura, perversa e fria. Muito fria. Apesar da distância, o Rei, Pai daquele Príncipe, viu que algo estava errado. Muito errado. Havia se perdido a comunhão entre aquele Reino em que moravam e a terra, na qual habitava a plebeia. Esta, que estava sempre confusa e solitária, vestida de trapos velhos e continuamente mergulhada na sua imensidão de caos e falta de pertencimento. Mas ela mal sabia que estava sendo observada. Aliás, que sempre havia sido observada por este Rei, mesmo que a aparente distância. 

Certo dia, algo diferente aconteceu. O Rei, movido de profunda compaixão e amor, havia programado uma data pelo qual iria acabar com a distância entre o reino e a terra, assim como com a solidão da plebeia, que finalmente se cessaria. 'Mas o que haveria de ser feito?'". 

Pausa. Antes de prosseguirmos, é necessário voltarmos tempos atrás, onde tudo realmente começou. 

"Antes daquela terra existir, aquele Rei já existia, assim como o seu Reino. Foi quando, com a ajuda do Príncipe e de seu fiel amigo e Conselheiro do Rei, chamado O Consolador, criaram a terra e tudo o que nela há. Céu. Terra. Água. Ar. Assim como seres humanos" - a plebeia, do início da história. Que, na época, não era chamada assim. Antes de tudo, seu nome era filha do Rei. 

Pois bem. "Tempos se passaram e a filha do Rei (mais tarde chamada de plebeia) passou a governar a terra que o Rei criara, que era formosa e repleta de muita vida. Quando, num dia, a filha acabou se perdendo, se afastando da presença do Rei. E, na sua incoerência, acabou convencida de que podia caminhar só. Ouvindo seu próprio ego, ela decidiu abandonar o local onde morava, assim como também o seu relacionamento com o Rei. Desde então, passou a vagar sem rumo. Sem identidade. Solitária. Ela, que tinha tudo, acabou decidido viver por contra própria. Mas não sabia que seria tão difícil assim. Caminhava já cansada, ferida pelo caminho no qual decidiu prosseguir." 




E foi exatamente assim, até que chegou a data proposta pelo Rei. "Mas, o que poderia ser feito? A plebeia, de tão ferida e descrente, já não mais conseguia ouvir os gritos de amor do Rei. Seu coração estava gélido. Culposo. Teimoso em seu próprio definhar. Mas o Rei não podia se conformar. Ouvia, noite após noite, os soluços desesperados da plebeia. E isso lhe partia o coração. Mas como recuperar o relacionamento com ela? Como mostrá-la que ela merecia mais do que aquilo que estava vivendo? O relacionamento entre eles havia sido quebrado. E a plebeia estava presa em suas próprias desilusões. 'Reconquistá-la!'. Esta era a solução. 

Foi então que o Príncipe decidiu resgatá-la. Mesmo que esta não O quisesse ouvir. Mas para isso, Ele teria que ir até a terra, e enfrentar todas as dificuldades e amarguras de um ser humano comum. Ele decidiu abandonar tudo o que tinha. Seu reino. Sua coroa. Seus direitos. Para viver todas as consequências dos erros que a Plebeia deveria viver, pois ela vivia como escrava de suas próprias culpas e sofrimentos. Para conquistá-la, Ele precisava mostrar que a compreendia na pele. E, muito além disso, para libertá-la, ele teria de tomar as dores e erros dela sobre Ele. Custe o que custasse." 

E foi assim que aconteceu. "O Príncipe veio a terra. Mas sem cavalo branco. Sem servos. Sem nem se quer um lugar pelo qual poderia morar. Refugiado entre o próprio povo no qual nasceu. Humilhado. E muitas vezes solitário. Açoitado. Zombado. 'Este maltrapilho? Filho do Rei? Nunca!', diziam eles. 

Por 33 anos ele percorreu a terra buscando conquistar novamente o coração da plebeia. Se doava. Contava segredos do seu Reino. Mas o coração dela ainda estava muito duro. Desconfiado. Regrado de suas próprias certezas e achismos e envolto a sua própria escuridão interna. 

Mas o Príncipe não desistiu. Mas persistiu até o fim. E o seu amor desenfreado O levou a morte. Ele foi até as últimas consequências pela plebeia. Sem culpa. Seu sangue. Sua dor. Mãos e pés transpassados. Uma cruz. Tudo. Tudo por ela. 

Mas o que parecia fim, não era. A morte do príncipe despertou a plebeia do sono profundo. Do egoísmo. Cegueira. Indiferença. Da solidão. Ela pôde finalmente se ver em meio a trapos. Joelhos ralados. Cicatrizes. Medos. Pés cansados. Sua realidade e seu estado eram assustadores. E então ela se lembrou do Rei. Do sussurro que ouvia nas noites em que chorava, e que dizia: 'Filha minha, que saudades tenho de você', mas que ela nunca teve coragem de acreditar que era real. Que o Rei ainda se lembrava dela. Que ela poderia ser perdoada. Que haveria uma nova chance. Uma nova história. Um final feliz. 

"'Mas e agora?! O Príncipe esta morto! E por minha causa! Por mim! Pelas minhas culpas! Estaria tudo acabado?', dizia ela, já sem esperança. Seria um beijo que poderia ressuscitá-lo? Não. Já estava consumado. 

Mas o que parecia o fim era o começo. O que era morte transformou-se em vida. Algo aconteceu. Após três dias, a terra estremeceu. E, se súbito, ouviu-se um suspiro. Era o Príncipe, que reviveu. 

E a plebeia, ainda desnorteada, não se continha: 'Ele viveu! Ele viveu!', gritava ela, entre soluços e arrependimento. Mas Ele, ao vê-la, já não a chamava mais de plebeia. Mas de filha do Rei. Noiva. Princesa Dele." 

E agora, você pode estar me perguntando: "Mas cadê a típica frase do 'E foram felizes para sempre"?. Não. Essa história não termina por aqui. Na verdade, essa história continua em você. Hoje, o Consolador - Aquele amigo do Rei - continua a ensinar a princesa sobre se desvincular com o passado e adquirir a cultura do Seu Reino, o céu. Até que o Príncipe volte, já que este precisou voltar para o Seu Reino, pois está preparando o lugar para que a princesa possa morar com Ele por toda a eternidade. 

O "Felizes para sempre" é uma história real e prometida a você, há anos atrás. O Rei é Deus. O Príncipe é Cristo. O Amigo Consolador, o Espírito Santo. Enquanto a princesa - antes chamada de plebeia, somos eu e você. A humanidade que se perdeu. Mas que no fim, só cabe a você decidir qual história vai quer viver. 


 "A busca acabou, se realmente entendermos que Ele é o próprio Amor" - Laura Souguellis.

2 comentários:

  1. Que texto INCRÍVEL!! Que perspectiva linda e romântica da salvação! ❤️

    Nem tenho palavras para descrever como esse texto mexeu comigo, espiritual e emocionalmente. Quanta riqueza de detalhes, de sentimentos, DE AMOR. ÁGAPE. Incondicional. Jesus é tão lindo e inspirador, tão maravilhoso!!

    E que dom maravilhoso Ele te deu de usar as palavras dessa forma ❤️❤️❤️❤️

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  2. Ahhhh, sua linda! Obrigada! Glória a Ele! Quão bom é compartilhar essas duas paixões com você! Jesus e escrever ♥

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